Ferran Sor i
Muntades nasceu em Barcelona, Espanha, no dia 14 de fevereiro de 1778.
É o primeiro
grande compositor na história da Música a dedicar-se seriamente ao violão tal
qual conhecemos em nossos dias, tendo sido talvez, a mais decisiva influência
na fixação do número de cordas do instrumento.
Antes de
completar 12 anos, ingressou no mosteiro de Montserrat, sob a direção de Frei
Anselmo Viola, compositor e diretor de ensino, onde aprendeu os princípios básicos
da educação musical, destacando-se entre seus colegas pelo seu talento incomum
que desde cedo revelava. Permaneceu no mosteiro durante 3 anos. De volta a Barcelona
decidiu dedicar-se definitivamente pela vida secular e à música. Escolheu o
violão como instrumento principal. O estudo do instrumento tinha que ser necessariamente
autodidata, dada a inexistência de bons mestres e à escassez de métodos e
tratados. Nada disso desanimou Sor que empreendeu o estudo com afinco, baseando-se
nas suas próprias conclusões e observações.
Em 1797, com
19 anos, foi levada à cena, no teatro principal de Barcelona, sua ópera "Telêmaco
na ilha de Calipso", mais tarde também apresentada em Veneza e Viena. Datam
daí suas primeiras apresentações como violonista, e a boa acolhida do público o
estimulam a mudar-se para Madri, onde começa a delinear-se o sucesso que
marcaria toda a sua vida.
Em 1812
empreende a primeira viagem a Paris, capital cultural do mundo na época. Lá permaneceu
por cinco anos. Depois seguiu para Londres, onde foi tão grande seu sucesso que
muitos opinam ter sua atuação nessa capital preparada o terreno para a nunca
vista popularidade de que gozou o violão na Inglaterra por volta de 1830. Ali
encontrou-se com Mauro Giuliani e- se na verdade foram rivais - não sabemos
qual dos dois deveria orgulhar-se mais de ser chamado rival do outro.
Em fins de
1822, regressou a Paris e realizou um concerto do qual os cronistas da época
comentaram: "encantou os parisienses com um instrumento que (...) era uma orquestra
completa encerrada numa pequena caixa" Depois disso, segue para a Rússia e
leva à cena em Moscou o balé "Cendrillon" que, depois ficaria 3 meses
em cartaz no Teatro da Ópera Cômica de Paris.
Já bem famoso,
segue para São Petersburgo. Com a morte de Alexandre I (de quem Sor, além do
publico reconhecimento de seu talento de compositor, recebera de presente uma pérola
negra de valor inestimável) foi encarregado de compor a marcha fúnebre para as exéquias.
Foi
contemporâneo e amigo de Dionísio Aguado e de Napoleão Coste, tendo tocado em
duo com os dois ocasionalmente. Para eles escreveu e dedicou o seu duo Op. 41
"Os dois amigos" e Op. 63
"Souvenir da Rússia".
Sor faleceu no
dia 13 de julho de 1839 com 61 anos de idade, deixando-nos um considerável número
de obras musicais. Suas composições para violão, sem contar as transcrições, são
mais de 250. Citamos as "Variações sobre um tema da Flauta Mágica de
Mozart", talvez a obra mais executada de Sor. Exemplo de composição para o
violão, é obra obrigatória para os violonistas.
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