A Renascença,
na música, data do século XIV no sul da Europa e de um pouco mais tarde no
norte europeu. Os compositores desejavam escrever música secular sem se
preocupar com as práticas da Igreja. Sentiam-se atraídos pelas possibilidades
da escrita polifônica, na qual cada voz podia ter sua própria linha melódica. A
escrita polifônica fornecia oportunidades técnicas para efeitos de grande
brilho, que eram impossíveis até então. Uma forma secular de composição, o
madrigal, surgiu no século XIV, na Itália. Os compositores escreviam madrigais
em sua própria língua, em vez de usar o latim. Compositores flamengos
escreveram obras neste estilo, embora se dedicassem quase essencialmente à
composição sacra.
Na Itália,
Giovanni Palestrina, criou o mais importante sistema de escrita polifônica que
antecedeu a Bach. Durante a Renascença, a música inglesa atingiu o apogeu,
surgiram grandes compositores madrigalistas ingleses que musicavam a poesia da
época.
O período da
Renascença se caracterizou, na História da Europa Ocidental, sobretudo pelo
enorme interesse ao saber e à cultura, particularmente a muitas idéias dos
antigos gregos e romanos.
Foi também uma
época de grandes descobertas e explorações, em que Vasco da Gama, Colombo,
Cabral e outros exploradores estavam fazendo suas viagens, enquanto notáveis
avanços se processavam na Ciência e Astronomia.
Os
compositores passaram a ter um interesse muito mais vivo pela música profana (
música não religiosa), inclusive em escrever peças para instrumentos, já não
usados somente para acompanhar vozes. No entanto, os maiores tesouros musicais
renascentistas foram compostos para a igreja, num estilo descrito como
polifonia coral ou policoral e cantados sem acompanhamento de instrumentos.
A música renascentista é de
estilo polifônico, ou seja, possui várias melodias tocadas ou cantadas ao mesmo
tempo.
Música vocal
Na Basílica de
São Marcos, em Veneza, havia dois grandes órgãos e duas galerias para coro,
situadas em ambos os lados do edifício. Isso deu aos compositores a idéia de
compor peças para mais de um coro, chamadas policorais. Assim, uma voz vinda da
esquerda é respondida pelo coro da direita e vice versa. Algumas das peças mais
impressionantes são as de Giovani Gabrielli ( 1555 - 1612), que escreveu corais
para dois, três ou até mais grupos.
Os Motetos
eram peças escritas para no mínimo quatro vozes, cantados geralmente nas
igrejas. Os Madrigais eram canções populares escritas para várias vozes e que
se caracterizam-se por não ter refrão. De grande sucesso nas Inglaterra do
século XVI, passaram a ser cantados nos lares de todas as famílias apaixonadas
por música.
Música instrumental
Até o começo
do século XVI, os compositores usavam os instrumentos apenas para acompanhar o
canto. Contudo, durante o século XVI, os compositores passaram a ter cada vez
mais interesse em escrever música somente para instrumentos.
Em muitos
lares, além de flautas, alaúdes e violas, havia também um instrumento de
teclado, que podia ser um pequeno órgão, virginal ou clavicórdio. A maioria dos
compositores ingleses escreveu peças para o virginal. No Renascimento surgiram
os primeiros álbuns de música, só para instrumentos de teclados.
Muitos
instrumentos, como as charamelas, as flautas e alguns tipos de cornetos
medievais e cromornes continuavam populares. Outros, como o alaúde, passaram
por aperfeiçoamentos.
Principais compositores
renascentistas
William Byrd - 1542/ 1623
Josquin des Préz - 1440/1521
Palestrina - 1525/ 1594
Giovanni. Gabriel - 1555/ 1612
Cláudio Monteverdi - 1567/ 1643
Fonte:
http://www.oliver.psc.br/compositores/historiamusica.htm#Música%20Renascentista
A História da Música -
Renascimento
No início do
século XV, as monarquias estavam em vias de desenvolver uma potencialidade
política independente. Elas encontrariam na burguesia os meios necessários para
a realização de seu poder. Até então, os reis e imperadores medievais, como
supremos soberanos situados no ápice da pirâmide hierárquica da nobreza feudal,
haviam exercido seu poder numa dependência quase absoluta da Igreja, a qual se
identificava com o Estado. As monarquias, por mais amplo que fosse seu poder,
de fato nunca haviam passado de meros prolongamentos do verdadeiro Estado que
era a Igreja.
Essa situação
viria alterar-se totalmente com o surgimento da intelectualidade urbana, uma
vez que os funcionários e estadistas já não mais teriam que, forçosamente, ser
recrutados pelo clero tradicional. E ao mesmo tempo em que a monarquia assim
acabaria por distanciar-se do resto da nobreza, também no âmbito das cidades o
patriciado começava a afastar-se dos trabalhadores urbanos.
Foram muitas
as cidades onde a indústria artesanal de determinados produtos se havia
desenvolvido a ponto de exceder as demandas de consumo local. Este excedente,
evidentemente, tinha que ser absorvido pelo comércio a longa distância, a fim
de abastecer outras regiões. Muitos artesãos passaram a produzir produtos
exclusivamente para o mercado exterior, tornando-se aos poucos dependentes dos
grandes mercadores, recebendo destes matéria prima e entregando aos mesmo os
produtos acabados.
Assim
gradativamente foi crescendo o número de trabalhadores que, tendo perdido sua
antiga condição de artesãos autônomos, passaram aos poucos a depender
completamente de uma classe de comerciantes, detentora do capital comercial.
Configurava-se aí uma contradição entre o trabalho e o capital, surgindo assim
o capitalismo mercantil.
A burguesia,
antes unida em seus esforços em uma luta de toda a comunidade urbana por
privilégios e franquias, uma vez atingidos esses objetivos, passara a
distanciar-se cada vez mais da população menos favorecida e voltar seus
interesses para as perspectivas de enriquecimento cada vez maior. Essa mudança
de mentalidade trouxe conseqüências pra todos os aspectos da sociedade,
inclusive na música. (STANLEY, 1994)
As missas
polifônicas que começaram a brotar no século XV já se nos apresentam como
estruturas que parecem atender a solicitações de outra natureza, não tendo mais
nada a ver com aquele júbilo juvenil de uma burguesia em vigorosa ascensão.
Antes era uma melodia litúrgica que servia de pretexto para um ato de
comunicação burguês; agora seria uma melodia burguesa que serve de pretexto
para um ato de comunicação litúrgico. Antes era a cultura burguesa que se
utilizava, à sua maneira, de um elemento da cultura dominante; agora seria a
cultura dominante que se utiliza, também à sua maneira, de um elemento da
cultura burguesa.
A História nos
mostra tratar-se de um processo cujos primeiros frutos tiveram origem na região
de Flandres, para daí se alastrar rapidamente por toda a Europa, resultando no
que viria a ser designado pelo termo polifonia renascentista. (SCHURMANN, 1985)
As cortes
enriquecidas eram freqüentadas por grandes comerciantes, representantes das
instituições bancárias hanseáticas e italianas, e também por importantes
intelectuais e artistas, como pintores e músicos. De fato, esse meio requintado
viera oferecer a músicos, escultores, pintores, arquitetos e outros
intelectuais condições econômicas e de prestígio muito vantajosas. A alta
aristocracia passara a assumir o papel de Mecena. Assim, as atividades
artesanais passaram a ser destinadas ao entretenimento e prestígio desta
aristocracia, modalidade esta que daí em diante seria designada pelo termo
Arte. A partir daí, os objetos haveriam de satisfazer já não mais às
necessidades da vida cotidiana, mas às necessidades da contemplação.
Coisa
semelhante se daria com a música que, em lugar de continuar a servir como meio
de comunicação cotidiana, gradativamente se converteria em obra de arte para
ser exposta como forma de espetáculo. Os músicos passariam então a exercer uma
nova função, que consistia em dotar a classe aristocrática de uma forma de
ostentação, pela qual esta pudesse afirmar, para si e para os outros, a
magnificência necessária para a legitimação do seu status de detentora da
riqueza e do poder. Chegara o tempo em que qualquer casa que se prezasse
haveria necessariamente de exercer o mecenato e, efetivamente, muitos foram os
centros de riqueza e poder espalhados pela Europa que, numa concorrência
desenfreada, passaram a disputar os músicos de maior fama. (SCHURMANN, 1985)
O auge desta
ostentação e opulência se daria na arquitetura. Filippo Brunelleschi (1377-1446)
abre em Florença a Renascença Italiana. Sua linguagem arquitetônica, embora
dotada de um desenvolvimento contínuo, nasce completa, absoluta, com liberação
explícita da experiência gótica ainda recente. O cunho de sua originalidade
está, sobretudo, na criação do vazio espacial interior, no equilíbrio íntimo e
espiritual entre poesia e razão. Sua personalidade técnica está toda expressa
na construção de duas réguas de cálculo, demonstrativas das regras para a exata
concepção da perspectiva de um edifício.
Virtuosismo no
domínio das formas geométricas e puras, no novo arranjo das antigas ordens
clássicas, a monumentalidade, as proporções humanas. Tudo isso para enaltecer
as conquistas intelectuais e econômicas do Homem Moderno. No lugar das
catedrais, o que interessa agora são os palácios da corte e as mansões da
burguesia capitalista. (PISCHEL, 1966)
Por seu
passado de cultura clássica (greco-romana), a Itália vai ser o berço destas
novas manifestações artísticas, baseados nos ideais clássicos de antropocentrismo
e humanismo. As ciências se desenvolvem incrivelmente, e são escritos tratados
e regras para reger todas as Artes. A Música passa a ser considerada ciência,
como a Matemática e a Astronomia, entre outras.
De fato, a
Renascença musical constituiu-se em uma arte que os próprios compositores,
cantores e instrumentistas sabiam estar aberta a experimentações e inovações. A
possibilidade de aventuras sonoras teve sua correspondência mais próxima com as
descobertas do Novo Mundo e a física de Galileu e Newton. Por outro lado, o que
teve em comum com seu tempo foi justamente o refinamento da sensibilidade, o
ideal de perfeição e grandeza, a ampliação de públicos educados e a
incorporação de um espírito humanista e cosmopolita.
A música
polifônica, que já evoluíra com os mestres de Flandres, ganhou suas mais
requintadas e complexas estruturas na Renascença do século XV. A missa e o
moteto, gêneros predominantes do período, executados à capela, permitiram que
se explorasse a multiplicação de vozes independentes e, com ela, um maior
domínio sobre o chamado "estilo imitativo" (contraponto). Ao domínio
do estilo imitativo esteve ligada a contínua melhoria do sistema de notação
musical. Paralelamente ao já citado experimentalismo e busca de inovação, a
música já não era mais expressão de sentimentalismo (o júbilo, por exemplo), e
sim do racionalismo.
Assim como na
arquitetura se inovou usando as já conhecidas ordens greco-romanas de maneira
nova, mas baseado em regras e princípios racionais de proporção, harmonia,
ritmo, etc...; a manipulação das notas musicais que comporiam as obras
polifônicas seguiriam essas mesmas regras e princípios. Foram estabelecidos
oito princípios gerais, que são:
Parâmetros
sonoros especificamente musicais: define os sons individuais, com parâmetros de
traços distintivos, como altura, intensidade, duração e timbre.
Repertório de sons musicais:
define o som musical como um som com de altura e duração fixa, o que o difere
do ruído.
As entidades musicais: define com
entidades relevantes as associações sonoras, como as associações melódicas e
rítmicas.
O espaço mélico (ou melódico):
define as relações de dependência e independência entre ritmo e melodia.
O conceito de melodia: define
melodia como uma sucessão de sons musicais, uma voz em movimento.
A sistematização racional do
ritmo: estabelece unidades de tempo, os andamentos, compassos e a duração das
notas musicais.
Os relacionamentos harmônicos
entre duas alturas sonoras: define as relações entre as linhas melódicas, nos
intervalos harmônicos (sons simultâneos), divididos em consonantes (agradáveis)
e dissonantes (desagradáveis).
A classificação dos intervalos
harmônicos: elabora regras concernentes ao tratamento das dissonâncias.
Mas o clero, em oposição a essa
música tão racionalista, e mais ainda ao entrar no contexto da Contra Reforma,
vai iniciar um movimento de mudança na concepção musical. (SCHURMANN,1985)
Fonte:
http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/historia_musica/historia_lindquist/lindquist_renascimento.htm
História da Música OcidentalVer o
índice
CAPÍTULO III
A MÚSICA RENASCENTISTA (séculos
15-16)
1 – Introdução
O Renascimento foi um movimento
cultural muito complexo, que nasceu na Itália, por volta do século 14, e se
espalhou pela Europa cem anos depois. Para o seu surgimento contribuíram
centenas de causas existenciais e comerciais. Entretanto, podemos levantar algumas
características gerais:
- o humanismo;
- o cientificismo e o início da
tecnologia atual;
- a valorização da cultura
greco-romana;
- a liberdade de circulação de
idéias;
- a economia capitalista com
todas as sua conseqüências: o incremento comercial, as primeiras indústrias e o
estabelecimento dos bancos, o ressurgimento das cidades e a solidificação das
nações, o colonialismo, o imperialismo e a globalização, a suposta e imaginável
supremacia européia cristã-ocidental, o pragmatismo político, as novas
pesquisas científicas e a vitória do racionalismo na filosofia, a crítica
religiosa e a diversidade de crenças, a fundação de universidades e a
divulgação do saber pela imprensa etc...
Esta época marca o início do
mundo moderno.
Por
comodidade, adotamos esta denominação para a Música no período compreendido
entre 1450 e 1600, mas, nela mesma, não aconteceu uma transformação profunda,
igual à ocorrida em outras áreas do conhecimento humano (comparemos, como
exemplo, com a Literatura, a Geografia ou a Física). Pelo contrário, houve
somente um desenvolvimento de algumas técnicas explicadas adiante.
Muitos
historiadores justificam este rótulo dizendo que a Música "renasceu"
durante o século 15, tendo, por pressuposto, desaparecido nos séculos
anteriores. A atividade musical é inerente a todas as civilizações e nunca, em
nenhum momento, deixou de existir, seja em rituais, seja em trabalhos ou seja
em festas. Vimos quantas músicas em estilos diversos apareceram na Idade Média
e nunca houve uma pausa. Outros ainda argumentam que "a música ficou mais
alegre", baseando-se nos textos das canções populares da época, mas muitas
canções medievais e hinos religiosos medievais "expressam" alegria.
Por último, os
músicos do século 16 não conseguiram resgatar a música greco-romana. Somente
apareciam referências àquelas culturas nas citações ou textos literários em
canções e motetos ou em títulos de músicas instrumentais. A música mesma não é
da Grécia e nem de Roma !
2 – Características gerais
A música ainda
era escrita nos modos medievais, mas com muitas modulações, transposições,
alterações cromáticas e até microtonais, nos gêneros medievais e sob a
supervisão da Igreja Católica, orientando os padres-compositores.
A mudança mais
interessante em relação à Ars Nova foi que o contraponto atingiu um alto grau
de complexidade e sofisticação, com combinações intrincadas de até 64 vozes.
Apesar do compositor fazer primeiro o cantus firmus, ele já começa a pensar na
dimensão vertical da música, isto é, em harmonia, no movimento concatenado das
vozes. A partir de então todas as partes têm que combinar entre si e nada pode
ser colocado por acaso. Os acordes de terças e sextas eram usados em tempos
fortes, mas os uníssonos, quartas, quintas e oitavas justas começavam e
terminavam a música.
A imitação de
melodias inteiras ou trechos é mais freqüente entre as vozes. Surge a
subdivisão binária, isto é, a notação métrica, e abandonam teorias de ritmos
medievais. Surge a idéia da fórmula de compasso. Ritmos de danças eram
aproveitados. As cores das figuras tornam-se brancas para as longas e pretas
para as curtas. Isto porque começaram a usar papel de cor branca, ao invés do
pergaminho. (A palavra fusa vem do latim e significa "fragmento")
São feitas
experiências acústicas como a multiespacialidade (exemplo: distribuição do coro
em vários lugares da igreja) e efeitos vocais variados (gritos, resmungos e
sons de animais, entre outros).
Há uma rica
profusão de novos instrumentos na Europa que foram reunidos em famílias,
chamadas consortes, (talvez esta palavra tenha vindo de concerto,
"reunião" em latim), desejando extrair um som homogêneo da música.
Assim apareceram os consortes da flauta doce, da viola da gamba, do cromorne,
etc... Na maioria das vezes, todos tocavam em pé, costume que só acabou no
final do século 18.
A música
religiosa ainda era regida pela solfa em lugares pequenos, mas outros regem do
órgão. Na música instrumental nos palácios, nos castelos e nas cortes surge a
figura do "mestre da música", que, sendo primeiro-instrumentista do
grupo, dirige todos no seu instrumento (cravo, flauta doce, viola medieval.
violino, alaúde etc.).
As músicas
eram escritas em pequenos cadernos chamados cartelas. Os compositores as
escreviam a lápis e, depois de copiarem ou executarem as peças, apagavam tudo e
compunham outra por cima. E, como a escrita se complicou e aumentou o número de
vozes, escreviam todas as partes separadas.
Surge a
imprensa musical. Muitas vezes as edições eram patrocinadas pelos reis ou
nobres querendo homenagear ou prestigiar um de seus empregados-músicos.
3 – Música vocal
3.1 – Religiosa
Missas, hinos,
motetos e outros cânticos eram compostos para suprir todas as necessidades
católicas. Dois gêneros de missas apareceram: a "missa paródia", na
qual o compositor citava alguma melodia preexistente, e a "missa
paráfrase", na qual um canto gregoriano, muito modificado, era ouvido.
No final do
século 16, os luteranos criaram para o seu culto uma música muito simples,
feita para que todos os seus fiéis a cantassem, ao contrário da prática
católica, muito elaborada. Esta música para o serviço luterano recebeu o nome
de "coral". Ela é um movimento de acordes com melodias curtas, sem
ornamentação e ritmos fáceis. As origens das melodias eram de temas folclóricos
e cânticos católicos adaptados para a nova religião e criações próprias.
Então a Igreja
Católica, descobrindo a vantagem deste estilo musical, procurou simplificar os
seus próprios cantos. A alta cúpula eclesiástica, no espírito da
Contra-Reforma, exigiu que os compositores evitassem toda a parafernália
contrapontística e fizessem peças homofônicas e sem experimentações rítmicas.
Basicamente, a música passou a ser escrita para um coro pequeno, sem
acompanhamento instrumental, surgindo daí a expressão "coro a
capella". Somente eram admitidos homens para cantar este repertório. As
vozes agudas eram feitas por meninos, contratenores e "castratti".
Extraído de:
http://www.movimento.com/especial/basica/3.asp